Análise exploratória integrada da porção noroeste da Bacia do Espírito Santo Mar

Baseado no sucesso exploratório das descobertas dos campos de Peroá e Cangoá, o presente estudo visa a caracterização do potencial petrolífero da região centro-oeste da Bacia do Espírito Santo Mar. O objetivo foi alcançado utilizando-se a interpretação de dados sísmicos integrados com mapas de atributos sísmicos, técnicas de balanceamento de seção geológica e modelagem do sistema petrolífero. Verificou-se a presença de um sistema compressivo formado provavelmente pelo levantamento dos Abrolhos, configurando armadilhas no Cretáceo, as quais seriam capazes de conter hidrocarbonetos. Como resultado da análise dos sucessos e insucessos dos poços perfurados na região, interpretou-se que o sucesso exploratório está associado à presença de armadilhas estruturais em associação com fácies favoráveis à ocorrência de hidrocarbonetos. Os mapas de atributos sísmicos integrados com informações de poços permitiram a correlação das anomalias de amplitude com as características das rochas.<br>O balanceamento e a retrodeformação da seção geológica indicaram que a rocha geradora começou a gerar hidrocarbonetos a partir de uma espessura de soterramento superior a 4.000 metros, espessura esta atingida no Oligoceno com a associação de sedimentação e encurtamento da seção de aproximadamente 19 km nesta época. O encurtamento total da seção atingiu 29,48 km, ou 26,2%. Finalmente, com a modelagem do sistema petrolífero concluiu-se que nos atuais horizontes portadores de hidrocarbonetos (Oligoceno e Eoceno Superior), o volume de reservas na área estudada poderia ser dobrado, em relação ao volume de gás contido nos campos de Peroá e Cangoá, alcançando entre os dois níveis estratigráficos volumes de até 33,6 bilhões de metros cúbicos de gás. Por sua vez, para outros horizontes estratigráficos foram calculados volumes adicionais de 12,7 bilhões de metros cúbicos de gás no Cretáceo Superior e 35,5 bilhões de metros cúbicos de gás no Albiano-Cenomaniano.