Aerogeofísica No Brasil E A Evolução Das Tecnologias Nos Últimos 50 Anos

As tecnologias aerogeofísicas surgiram na segunda metade da década de 40, com a<br>disponibilização do primeiro sistema aeromagnético (tipo fluxgate), construído pela Gulf<br>Research and Development Co., a partir de equipamento desenvolvido na 2a. Guerra<br>Mundial para detecção aérea de submarinos.<br>No Brasil, o primeiro levantamento aerogeofísico data de 1953 e foi realizado pela Prospec<br>(posteriormente Geomag) na região de São João del Rei, em Minas Gerais, contratado pela<br>Comissão Nacional de Energia Nuclear. Tratava-se de levantamento aeromagnético e<br>cintilométrico (gamaespectrométrico) conduzido por uma aeronave de asa fixa, modelo<br>PBY-5, Catalina ou Canso (Fig. 1), equipada com magnetômetro fluxgate de campo total,<br>fabricado pela PSC Applied Research Inc., montado na cauda da aeronave, e baseado na<br>mesma tecnologia da Gulf Research. Desnecessário dizer que o sistema era totalmente<br>analógico, constituído por unidades eletromecânicas e por uma infinidade de válvulas e<br>outros dispositivos equivalentes. O cintilômetro media apenas a radiação gama total<br>(contagem total), registrada em contagens por minuto Diversos outros levantamentos<br>sucederam-se ainda nesta década, com características equivalentes e parâmetros regionais,<br>que incluiam linhas espaçadas desde 500 m até 2.000 m, posicionadas sobre fotomosaicos<br>semicontrolados, especialmente construídos para apoiar o levantamento geofísico. O<br>intervalo de amostragem era superior a alguns segundos e a precisão do posicionamento<br>variava entre 100 e 200 m, sendo o trajeto da aeronave recuperado a partir de um filme de<br>rastreio de 35 mm. Todo o processamento acontecia manualmente, desde a leitura dos<br>dados dos registros analógicos, que após tabulados, corrigidos, interpolados e plotados<br>sobre a base cartográfica, eram apresentados na forma de perfis rebatidos ou de mapas de<br>curvas de contorno também traçados manualmente.