Evolução Termotectônica da Parte Oeste da Bacia de Campos

Apresenta-se neste trabalho resultados de estudos sobre a evolução termotectônica da parte oeste da Bacia de Campos, na região Sudeste. Na primeira etapa deste estudo os dados de temperatura do fundo do mar e de temperaturas de poços de exploração foram utilizados na determinação do campo térmico atual da bacia, em 97 localidades. Na segunda etapa os perfis litológicos de seis poços e as idades das principais formações geológicas foram utilizados na reconstrução das seqüências evolutivas da bacia (subsidência tectônica) desde a sua formação, há 130 Ma. A elaboração das curvas de subsidência termal foi efetuada com base no procedimento conhecido como “backstripping”, no qual foi incorporado o processo de descompactação seqüencial dos sedimentos. Os resultados desta etapa foram ajustados aos modelos térmicos de subsidência, permitindo a determinação das condições paleotermais e o grau de estiramento da litosfera local. Há indícios de que a evolução da bacia ocorreu em duas fases distintas: a primeira entre 130 a 68 Ma e a segunda entre 68 Ma e o presente. Os graus de estiramento da litosfera variam de 1,4 a 1.9 para o primeiro estágio de subsidência e de 1,2 a 1,5 para o segundo estágio. Os resultados indicam fluxo térmico na faixa de 75 a 95mW/m2 no primeiro estágio, que é cerca de 30 a 50% superior aos valores atuais. As variações no fluxo geotérmico foram menos significativas no segundo estágio. Contudo, as avaliações da maturação térmica indicam que a geração de petróleo e gás ocorreu na fase final do segundo estágio, como conseqüência de soterramentos progressivos maiores.