Algumas Reflexões sobre a tecnologia da exploração de petróleo abaixo do sal – exemplo da Bacia de Santos

É amplamente conhecido que as características físicas apresentadas por níveis evaporíticos - incluindo os domos de sal - nas bacias petrolíferas, são um complicador natural no processo exploratório. Desde os primeiros fracassos, na década de 80, quando os exploracionistas de petróleo procuravam plays adjacentes às camada de sal com base unicamente em dados sísmicos bidimensionais, estão sendo desenvolvidas novas tecnologias tanto na área de processamento do dado sísmico quanto na área de interpretação. Este artigo, além de apresentar a história que conduz ao sucesso no play exploratório subsal, apresenta um exercício de modelagem em duas dimensões do sistema petrolífero abaixo do sal na Bacia de Santos. Desde os primórdios do sucesso exploratório relacionado à descoberta de petróleo no Campo de Cascade, nos Estados Unidos, localizado em águas ultraprofundas, o risco exploratorio neste tipo de play tem diminuído de 64% para 40%, utilizando-se técnicas de migração em profundidade pré e pós-stack. A exploração de acumulações situadas abaixo do sal envolve alguns métodos tradicionais, entre eles a interpretação do dado sísmico em tempo, com o objetivo de controlar o modelo de velocidades utilizado no processo de migração em profundidade pré e pós- empilhamento da seção sísmica (pre and post- stack depth migration). Como resultado, aplicando um processo exploratório integrado com todas as fases do tratamento do dado (processamento, interpretação e modelagem do sistema petrolífero), especificamente orientado para a exploração associada com a presença de sal, o risco exploratório pode diminuir para níveis inferiores a 40%. Finalmente, deve-se esclarecer que os resultados obtidos na modelagem do sistema petrolífero destes níveis subsal são meramente indicativos das áreas com maior probabilidade de conter hidrocarbonetos, sendo que estes níveis não têm reservas reportadas que sirvam de calibração para nossos modelos.